Nesta exposição de pintura "À Margem ", Manuel Vilarinho mostra trabalhos nunca antes expostos, realizados nos últimos anos. O corpo da obra exposta é composto por várias séries onde a paisagem impera, que cruza visões em ruínas da Antiguidade Clássica até visões geométricas e abstractas. As pinturas deste artista não são apenas decorativas, nem abstractas, nem tão pouco apenas figurativas, embora elas comportem tudo isso, elas são fragmentos da memória, numa pintura onde o olhar processa e dá sentido à representação do mundo interior e exterior do pintor. Mundo esse povoado por alguns poetas e visionários à margem e eremitas, numa solidão também necessária ao processo criativo. A pintura de Manuel Vilarinho leva-nos pela mão do olhar a paisagens com nuvens, montanhas e caminhos. Caminhos com sugestões de lugares que o pintor viu, leu, viveu e imaginou, numa recolha incansável e pictóricamente rica de instantes e fragmentos de paisagens ou deambulações de solidão, onde se sente o passar ora lento, ora rápido do tempo, como quando à boleia de Sam Shepard a vertigem da velocidade é visível e onde por vezes o tempo fica suspenso como num sonho. |