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A FICÇÃO DA MEMÓRIA NA PAISAGEM
PINTURA DE MANUEL VILARINHO EXPOSTA EM LISBOA
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Manuel Vilarinho (Lisboa, 1953) iniciou a sua vida artística na década de 1980 e desde então tem-se preocupado com a representação da paisagem e a sua relação com a viagem ou com o passeio. Desta vez expõe obras de 2001 a 2009 na Galeria Monumental, em Lisboa, até 30 de Abril, uma mostra da sua evolução até 2006, com trabalhos que estiveram patentes em museus e noutros espaços, mas nunca expostos em Lisboa, e inéditos de 2007 a 2009.
«A subversão do sentido das coisas, do visível e da própria palavra, proporciona a réplica com uma nova relação do espaço temporal», salienta Rui Almeida Pereira em texto publicado no catálogo. «O passeio surge (...) como factor estruturante, um factor adjacente e inequívoco à própria experimentação individual de liberdade.»
O próprio artista afirma que o seu trajecto e o seu projecto de trabalho se alicerçam, no entanto, «no imenso legado colectivo da História da Pintura, nomeadamente de alguns protagonistas das primeiras décadas do século XX».
Emília Ferreira refere, também no catálogo, que «há muito que Manuel Vilarinho vem investigando a pintura (e o desenho) sob o signo da paisagem. (...) Nos últimos anos, a essa incidência acrescentou-se um dado extra: a viagem realizada através da palavra escrita, de autores que o pintor admira e que passaram a informar e a alimentar a sua memória e a sua visão».
«Mais do que uma reconstrução exacta de acontecimentos pretéritos, a memória é uma ficção», diz.«Toma acontecimentos reais (...) e transforma-os num todo dotado de coerência própria - ainda que a milhas da realidade.» |
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Nuno Cunha |
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